Magistério-RS: Alteração curricular no Ensino Médio (II)

O blog recebeu nas últimas semanas grande contribuição, através de um número recorde de acessos e comentários, acerca das alterações curriculares no ensino médio gaúcho. Embora atue exclusivamente no ensino privado, tenho grande interesse na discussão na condição de cidadão e professor. Acredito que só teremos a continuidade das grandes mudanças motivadas pela economia e política, alicerçados na qualidade da educação pública do nosso país. Nos últimos 8 anos, foi realizado uma verdadeira revolução nas universidades federais e institutos federais de educação; agora precisamos que tais mudanças alterem o quadro do ensino médio e fundamental. Abaixo, comento o processo de discussão das alterações e como participar.

Alteração curricular no ensino médio gaúcho: participe das discussões!
Segundo dados da SEC-RS, a alteração do currículo será debatida em uma Conferência Estadual que terá cinco etapas: escolar, municipal, regional (Coordenadoria Regional de Educação – CRE), inter-regional e estadual. Cada etapa elegerá delegados para a etapa seguinte. Haverá a participação de professores e estudantes. Na fase estadual serão convidados a participar universidades e sindicatos. Os 22 mil professores do Ensino Médio do RS serão convidados a participar desse processo. A Conferência será estruturada em cinco etapas, sendo encerrada em dezembro, em Porto Alegre. A expectativa é reunir na Capital 400 delegados, com proporcionalidade dos segmentos escolares: 300 professores (75%), 60 alunos (15%), 20 funcionários de escolas (5%) e 20 pais ou responsáveis (5%).

Ideia geral do projeto de reformulação
O Currículo do Curso de Ensino Médio Politécnico será desenvolvido em três anos, com 2.400 horas, com a possibilidade de um acréscimo de 600 horas na carga horária, totalizando 3.000 horas. Este acréscimo, dividido nos três anos, deverá ser constituído por estágios ou aproveitamento de atividades em situações de  emprego  formal  ou  informal.   O conteúdo compõe projetos desenvolvidos nos seminários integrados como parte do currículo do curso.

Formação geral
I – Áreas de Conhecimento 

1. Linguagens e suas Tecnologias;
2. Matemática e suas Tecnologias;
3. Ciências Humanas e suas Tecnologias;
4. Ciências da Natureza e suas Tecnologias.

II – Eixos Temáticos Transversais para a Parte Diversificada 
1. Acompanhamento Pedagógico;
2. Meio Ambiente;
3. Esporte e Lazer;
4. Direitos Humanos;
5. Cultura e Artes;
6. Cultura Digital;
7. Prevenção e Promoção da Saúde;
8. Comunicação e Uso de Mídias;
9. Investigação no Campo das Ciências da Natureza;
10. Educação Econômica e Áreas da Produção.

No âmbito da Educação Profissional a reformulação do currículo busca articular os cursos técnicos com os arranjos produtivos locais e as necessidades de desenvolvimento do Estado, bem como com a modernização tecnológica. As mudanças na Educação Profissional (156 escolas) e Escolas Normais (104 estabelecimentos) serão encaminhadas ao Conselho Estadual   da   Educação   para   análise   e   homologação,   antes   de  entrar  em  vigência. A reestruturação do Ensino Médio atende a diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE) contidas na Resolução 04/2010, que estão em processo de homologação no Ministério da Educação.

Com informações da SEC-RS.

3 thoughts on “Magistério-RS: Alteração curricular no Ensino Médio (II)

  1. Luciana Festa Paludo diz:

    Boa tarde Profº Omar! Meu nome é Luciana, sou professora em uma escola estadual de ensino médio de Bento Gonçalves. Estou bastante preocupada com a questão do novo ensino médio, desejo registrar aqui que nem eu nem minhas colegas temos medo de mudanças e desafios, mas nada está acontecendo para que sejam esclarecidas nossas dúvidas. Exemplo: como aumentar carga horária do ensino médio em uma escola que funciona manhã, tarde e noite e não tem espaço físico para atender alunos de outros turnos nem para reforços, entre outros? O que fazer com os livros didáticos enviados pelo Mec, estes já virão adaptados para a mudança? Como um professor que trabalha com o 1º, 2º e 3º anos vai conseguir desenvolver um bom trabalho se terá duas bases curriculares(trabalhará de uma forma com os segundos e terceiros anos e de outra com os primeiros anos) ?
    São muitas as questões levantadas em reuniões que tivemos com direção, professores e inclusive coordenador de educação, porém nada ficou claro, nada nos é apresentado de maneira objetiva para iniciarmos essa renovação. Apenas nos dizem que não gostamos de mudança, o que não condiz com a verdade. Estamos em novembro e teremos tempo suficiente para iniciar o ano organizados, se ninguém esclarece o que realmente será feito? Como iremos cumprir nossa carga horária, em um turno, dois? Os alunos que trabalham em turno inverso? Como será feito o acompanhamento desses projetos extraclasse, saídas a campo, entre outros? Trabalho vinte horas – sou nomeada – sei que terei quatorze horas aula e o restante – 4 para me organizar e duas para planejamento por áreas, mas duas horas são suficientes para nos encontrarmos e organizar atividades? Nos ajudem ao invés de dizer aos quatro ventos que não queremos mudar. Eu mais do que nunca anseio por transformações, pois da maneira que está não pode continuar!

  2. maria ines galvez ruiz costa diz:

    Prezado professor Omar,
    Tomei a liberdade de publicar na minhá página, algumas informações postadas no seu blog na minha página. Durante esta semana, participei de encontros de professores em algumas escolas do Estado para trabalhar questões pertinentes às mudanças. Como formadora de professores e trabalhando com o Ensino Superior, compartilho de sua brilhante colaboração de divulgar as mudanças que ao meu ver são de grande importância..
    Abraço,

    • Editor diz:

      Boa noite, Profª. Maria Ines:
      Tudo bem?
      Fique à vontade. A ideia do blog é compartilhar ideias, conhecimentos e discussões.

      Um abração e bom debate.

      Prof. Omar Martins

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