“Devemos, pois, pensar o problema do ensino, considerando, por um lado, os efeitos cada vez mais graves da compartimentação dos saberes e da incapacidade de articulá-los, uns aos outros; por outro lado, considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não atrofiada”.
Edgar MORIN. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. São Paulo: Bertrand Brasil, 2003, p. 16.
Caro Omar,
A academia e a escola precisam se renovar e muito. Estou trabalhando com o PRONATEC BRASIL SEM MISÉRIA. São cursos de capacitação profissional para o puúblico dos programas sociais do Governo Federal. Estas pessoas em muitos caso, nunca frequentaram ou pouco frequentaram salas de aula. No entanto, pela contingência forçada pela necessidade da sobrevivência, con struíram saberes. E muitos. O que construímos com o corpo técnico das escolas habilitadas para executar o PRONATEC, foi uma alteração na metodologia destas escolas para receber este público e na medida do possível, valorizar os saberes cosntruidos longe da sala de aula. Não é um processo fácil, já que nossas academias só reconhecem os saberes construídos entre as empedernidas, antiquadas e escolasticas 4 paredes de uma sala de aula.Em uma frase Morin consegue dizer desta preocupação. Parece muito bom o livro. Vou adquirí-lo.
Com certeza, grande companheiro Luiz Muller.
Morin demonstra a necessidade do ensino abrir-se aos saberes, ao conhecimento pertinente que constrói possibilidades e faz com que todos tomem consciência. O livro denúncia a hiperespecialização em detrimento dos conhecimentos que geram aptidões gerais, necessárias a um novo mundo em construção. Dou aula há alguns anos sobre esse livro e sempre me surpreendo com algo novo que re-descubro.
Um grande abraço.